Como disse na primeira matéria desse blog, o jornalista pode e deve prever o futuro, sem nenhuma obrigação de acerto. Quem se obriga a acertar as previsões do porvir é profeta ou pai de santo. Eu sou somente um jornalista.
Nunca, em toda história brasileira, vivemos um momento de tanta incerteza. São incertezas sistêmicas e sem previsão para terminar. As razões são múltiplas.
As redes sociais são uma realidade nova. Nelas se misturam os melhores sentimentos e as mais diabólicas formulações. É um mecanismo sem freios e sem moderação.
A situação da classe política, é destaque, é o mais preocupante entre todos os elemento que se possa analisar e põe em risco, inclusive, a democracia. O desgaste dos político diminui a importância do legislativo e coloca o executivo dentro do mesmo parâmetro de atuação. O Judiciário, Ministério Público a reboque, assume a condição de salvador da pátria e a Polícia Federal, atuante e obreira, se assume cada mais protagonista e fora de qualquer tipo de controle. O episódio da Carne Fraca é autoexplicativo.
Por qualquer opinião, o cidadão pode ser alcunhado de inimigo da Lava Jato e antes que alguém imagine que sou um inimigo da Lava Jato, peço tirar o cavalo da chuva, pois a minha análise é outra, mas a Lava Jato afora a sua salutar atuação, encobre muitas ações ditatoriais e antidemocráticas. A minha análise, reafirmo, é filosófica e conceitual: não há democracia, quando um dos poderes não é poder.
Nesse instante, no Brasil, ao arrepio constitucional, temos vários “poderes”: Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal e Redes Sociais. Executivo e Legislativo cuidam da sobrevivência, objetivo esquálido, que envergonharia o memorável Charles-Louis Montesquieu, que configurou que a harmonia e igualdade dos três poderes representava o ideal do estado democrático. Na normalidade de uma democracia, os poderes são, somente, Executivo, Legislativo e Judiciário. De acordo com Montesquieu, portanto, se o Brasil de hoje é democracia, estará em estado falimentar.
Essa introdução nada tem a ver com o corpo principal da matéria de hoje. Foi mera divagação idiossincrasia mental do poeta. Quero pensar na hipótese de ser cassada, no TSE, a chapa Dilma-Temer.
No início do processo, todos pensavam que seria mais um sem nenhuma consequência, depois, como sabemos, o litigante PSDB tornou-se sócio do agora presidente Temer. A partir daí, a tática da dupla PSDB-Temer passou a ser o alongamento da instrução processual, até 2019, quando o processo perderia a finalidade. Tudo parecia sob controle.
Parecia, mas não se pensava em uma figura interessante denominada Antonio Herman Vasconcelos e Benjamin, relator do processo, que chamou a si a responsabilidade de julgamento, com a possibilidade de emitir o seu voto, antes do seu desligamento da corte eleitoral.
O Planalto sabe, que mesmo contando com o ministro Gilmar Mendes, a possibilidade de cassação da chapa é muito forte.
Agora, imaginemos a chapa cassada. A lei ordena que o substituto tampão seja eleito por eleição indireta, no Congresso Nacional. Uma pergunta não feita ainda por outros, será feita, agora, por mim: quem seria esse substituto tampão?
Antes de nominá-lo, vejamos as suas características. Será obrigatoriamente um político; deverá ter trânsito com a classe política e ser acima das brigas e divergências partidárias; deve ser um homem já testado no legislativo e executivo; deve ser um homem conhecido no meio dos políticos como cumpridor de acordos; deve ser alguém que passando por vários cargos e funções, não tenha deixado um passivo criminal ou civil, inclusive estar fora da Lava Jato; de preferência deve ter uma aréola de líder político internacional; não ser analfabeto faz bem a essa biografia, mas se for um homem das letras, melhora bastante e, finalmente, não lançar a menor suspeição de que tentaria ser eleito a qualquer cargo.
Entre os mais de 200 milhões de brasileiros, quem estaria bem situado para cumprir essas exigências, que reafirmo, teóricas? Respondo: somente um brasileiro reúne todas essas característica. O sujeito a quem me refiro chama-se José de Ribamar Ferreira de Araújo Costa que, na infância, foi apelidado de José Sarney e, como Sarney, ganhou o mundo.
Caso algum desorientado queira me chamar de louco ou insinuar que estou de acordo com o ex-presidente, digo, de novo, tire o cavalo da chuva. Essa análise, com esse vaticínio é desprovida de emoção ou pessoalidade.
Decorre de quem viu, há bem pouco tempo, o senhor Sarney sair de ícone da Ditadura Militar a presidente da normalidade democrática. Era o único político, com mandato, que preenchia uma exigência legal: único remanescente da antiga Arena.
A cassação da chapa Dilma-Temer, se ocorrer, deixará o ex-presidente em posição privilegiadíssima. Vai ou não vai ocorrer? Não sei, mas fica para todos essa hipótese. Como não sou blogueiro para dar furos de reportagem, a minha felicidade é ser gênese de “furos de ideias inéditas”, ainda que erradas.
O pior é que, pelos idos de 86, um camarada, chamado Bita do Barão, disse que o Sarney voltaria a Presidência da República. Achei um absurdo por muito tempo. Agora, tenho minhas barbas ao molho. Mas é evidente que, se o velho cacique voltar, por menor que seja o tempo de governo, muita coisa mudará no Maranhão.
Os nomes dos preocupados não me interessa dizer, mas o aviso está até na Bíblia: quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Tenho dito.
Tem mais um com esse perfil.apenas um.Fernando Henrique Cardoso.É possivel sim.
Tens razão. Aquelas “qualidades” do Sarney ele as tem em sobra
TORNE-SE UM DETETIVE DO MOMENTO CERTO; FAREJE O ESPÍRITO DOS TEMPOS…
É o que deve fazer todo jornalista e sempre tem a possibilidade de errar, mas a obrigação de fazer.