Estou suspendendo a série “UMA SOCIEDADE CORRUPTA TEM O POLÍTICO QUE MERECE”, para tratar da questão que envolve a Rádio Capital AM 1180, de São Luís , Maranhão.
Não há menor dúvida de que a Rádio Capital ocupa um lugar de destaque na radiofonia maranhense, interferindo de maneira importante na vida política e social dessa cidade e do Estado do Maranhão. Posso dizer, inclusive, sem sombras de dúvidas, que alguns pleitos foram decididos pelo engajamento dessa emissora nas lides eleitorais, notadamente os últimos.
O prefeito João Castelo teve a sua reeleição torpedeada por muitos, mas ninguém se assemelhou a Rádio Capital. Batia sem dó e piedade, com requintes de crueldades e a imagem do prefeito foi escafedendo-se pouco a pouco, até ficar bem pouca ou nenhuma.
O resultado foi o que antes era improvável: Edivaldo Holanda prefeito e o João Castelo, de tão desgastado, teve, a seguir, a sua mais sofrida vitória para deputado federal.
A eleição do governador Flavio Dino também passou e como passou pelos microfones da Rádio Capital. Era uma toada só, feito cantiga de grilo, contra o sarneisismo, ademais, o companheiro de chapa majoritária do governador, senador Roberto Rocha, andava lado a lado com ele. Deu a lógica e a Rádio Capital importante fator dessa lógica.
A sociedade maranhense deve muito para a Rádio Capital. Por ser uma emissora democrática, aceita a manifestação da divergência e a divergência manifestada é o combustível maior do processo democrático. Não foi à toa que essa emissora foi escola para muitos e muitos que ponteiam na radiofonia.
De repente, a notícia impensável ecoa: destruíram os transmissores da Rádio Capital. As perguntas saltam e todas merecem a devida e inequívoca resposta: quem foi? Por quê? Alguém ordenou o ataque? A questão é pessoal ou política?
Uma dúvida inexiste: não foi assalto. Os bandidos e são bandidos, independente de qualquer outra explicação, queriam somente destruir. Destruíram. Esse fato deixa um rastro inequívoco: a ação visou somente retirá-la do ar? Retirar uma emissora do ar dificilmente é um ato pessoal, de vingança, por exemplo. Retirar uma emissora do ar, nesses moldes, configura-se muito mais como ideológico ou político-partidário.
Toda vez que um prefeito é assassinado, eu, como advogado criminalista, digo que sempre, nesse caso, o primeiro suspeito é aquele que mais lucra com a morte do titular: o vice. Claro que nem sempre é isso, mas ninguém tirará do vice o título de suspeito número um.
As investigações caminharão ou devem caminhar nesse diapasão, ou seja, descobrir quem teria as maiores motivações para tirar a emissora do ar. Quando se faz esse raciocínio, o número de opções, ou melhor, suspeitos, diminui consideravelmente e facilita sobremaneira a investigação. Basta querer investigar e querer investigar rima em procurar a verdade e fazer justiça.
A situação é de uma gravidade terrível. Caso não se elucide, estaremos em uma vergonhosa situação em nível local, estadual, nacional e planetária. Encontrar os culpados e puni-los é dever e não desejo. Como é dever, essa obrigação está nas mãos das polícias Federal e Estadual, MP e Justiça. Essas instituições não podem se abstrair e não apresentar resultados.
Os proprietários da emissora, de acordo com informações, estão tomando as medidas cabíveis e necessárias, mas não constam, nas minhas informações, quais providências estão sendo tomadas em nível federal e estadual.
Assanho-me para ajudar com uma declaração óbvia. Um crime feito por um só, muitas vezes, tem elucidação impossível, mas os jornais e blogs noticiaram serem mais de 30, os bandidos. Ora, com uma coletividade delinquente se torna mais fácil a elucidação, por serem muitas as pistas.
Assim, não há a desculpa de falta de pistas e decorrentes provas. A não resolução desse caso demonstrará, de maneira cabal, que foi um crime político, ideológico ou eleitoral.
Isso não faz bem para nenhuma biografia. Aqui e alhures!